terça-feira, 27 de setembro de 2016

"As cores das flores": https://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM

3 comentários:

  1. A discussão sobre as pessoas com deficiência é um tema muito caro para nossa sociedade. Muito controverso. Não sabemos como lidar com isso. Até onde "ajudar" essas pessoas? Elas precisam de ajuda? Existe um manual de boas maneiras? De boas práticas? Barreiras x oportunidades, certo? É muito difícil discutirmos deficiência se não temos deficiência, se não temos contato com pessoas com deficiência, ou se não estudarmos sobre deficiência. Por isso faltam pessoas capacitadas que estudando, com experiência, se aprofundando no tema possam discuti-lo. Pelo que vi rapidamente 6% da população apresenta algum tipo de deficiência. É muita gente. Mas também é pouca gente. Muitas vezes invisíveis. E na educação o tema é complexo. A educação inclusiva. As APAEs. A preparação dos professores. A infra das escolas. A convivência com os demais colegas... Agora ainda com o rumo da política atual, quais serão as consequências? Bom curso!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ao ler seu comentário, lembrei-me de um texto de Mara Gabrilli. Assim, vou trazer para nossa reflexão algumas palavras dela, uma pessoa com deficiência: “(...) há décadas milhares de pessoas com deficiência vêm tentando derrubar um muro intangível, porém quase intransponível: o preconceito. Recentemente, uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação à pessoa com deficiência. Isto não significa apenas uma quantidade alarmante de cidadãos preconceituosos, mostra também o quão somos e fomos treinados para conviver com o ‘normal’. (...) São olhares de condolência, de surpresa, aversão e, algumas vezes, o não olhar. (...) Desde que sofri o acidente que me deixou tetraplégica continuo sendo a mesma pessoa. A minha essência não mudou. O que faria então, o olhar do outro diante de mim ser diferente? Estar em uma cadeira de rodas, ao contrário do que muitos pensam, não me faz ser outra Mara. Torna-me apenas uma pessoa que requer recursos diferentes de quem tem os movimentos. Uma Mara de rodas. Apenas. E isso serve para o cego, o surdo ou qualquer pessoa com uma determinada deficiência. Ponto. Conviver com as deficiências não requer aprendizado teórico, nem curso de especialização. É necessário apenas algo que todos nós temos quando nascemos, mas com o tempo vamos perdendo, a sensibilidade. É ela que dita o quão gratificante pode ser uma companhia que foge às regras do comum. Sentir a necessidade do outro e admitir que também temos a nossa, independente da condição física, é engrandecedor. Tornamo-nos realmente humanos, pois é a partir daí que usamos todos os nossos sentidos. Desta forma, percebemos o outro na sua essência e não no seu invólucro.”

      Excluir
    2. Pensando na nossa conversa, mais um trecho que achei bem interessante do texto "Eu respeito os diferentes conhecendo a diferença" de autoria de Maria do Pilar Lacerda: "(...) Será que nos anos 60 ou 70 não existiam crianças com deficiência? Claro que existiam, mas estavam confinadas em suas casas ou escondidas em clínicas e asilos. Talvez por isto a minha geração tenha tanta dificuldade em entender o que significa para as pessoas sem deficiência a convivência cotidiana com as pessoas com deficiência.(...) Crianças e adolescentes que convivem com pessoas diferentes sairão formadas para conviverem com a diversidade, a complexidade da sociedade contemporânea, que é multicultural, complexa e sofisticada. Eu me formo um cidadão que sabe como guiar um cego, que entende a importância dos lugares reservados em ônibus e metrôs para pessoas com dificuldade de locomoção, que tem calma para um cadeirante subir para o ônibus ou entrar no cinema, que ajuda meu colega com paralisia cerebral a fazer os deveres escolares, somente se eu conhecer, conviver, aceitar e aprender sobre as dificuldades e facilidades de cada um dos meus colegas de classe."

      Excluir